Alessandra

Pela minha forte relação com minha tia, artista como eu, que participou ativamente da minha criação até meus 9 anos de idade, quando ela morreu de overdose na minha frente - não sem antes se despedir de mim e só de mim, por algum motivo. Dias antes ela me fez prometer publicar seus textos e desenhos. Eu prometi. Nunca vou cumprir. Minha avó achou mais saudável para a família que ninguém mais lesse "as loucuras da Ana", como a vó chamou. Mas eu li, eu desenhei junto, eu criei universos junto dela nas nossas brincadeiras e conversas talvez pesadas demais pra uma criança, não sei. Por tudo isso, comento aqui com lágrimas silenciosas - ainda não sei se conseguirei fazer o verdadeiro vir à tona, então, seguro no peito apertando para não sair voando e acordar os de antes e os de agora. Não sei expressar. Sinto. O filme reverberou profundamente em mim e, por isso, pela verdade sentida, para mim foi como a arte poderia ser.

Segui firme no propósito de continuar assistindo porque a Carey Mulligan me manteve interessada em sua construção da personagem. De resto, não me cativou.

Quanta sensibilidade num trailer!