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A Louva-A-Deus
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TRANSFÓBICA! Li todos os comentários, e bem, ninguém denunciou a transfobia presente na série, evidenciando a parcialidade cis-centrada e a cegueira cognitiva cisgênero. Diferentemente de Jeanne, abusada sexualmente pelo pai, Virginie/Camille era violentada fisicamente por ser trans. E decorrente sua identidade, fora constantemente violentada por outros homens cis, afetivo-sexualmente. Ou seja, Jeanne mata por ter sido abusada, Virginie/Camille mata porque é rejeitada por tais homens, numa espécie de vingança, onde, caso eles a desejasse como ela é não seriam mortos (motivo frívolo). De modo muito sutil, como no final do século XIX e início do século passado, quando a antropologia forense nos descrevia como criminosas por natureza em razão de nosso disformismo sexual. Ou como as ciências médica e psi (psiquiatria, psicologia e psicanálise) nos descreve, atualmente, como doentes mentais - transtorno de identidade de gênero, disforia de gênero e incongruência sexual. Fora as transfobias estruturais, institucionais e recreativas, exemplos: A mãe, Fontaine, falando que Virginie/Camille era peculiar, expressando culpa por ela ser trans, "É sua natureza", que "Sim, em sua cabeça, ELE era uma menina", e "Que em seu corpo também", que ela não tem foto da filha pois ela não gosta (narrativa de que nascemos no corpo errado); O trabalhador do hotel relatando seu encontro com Virginie/Camille à Szofia - a casa toda escura, o incômodo a partir da caricia (narrativa de que odiamos nossos corpos a ponto de não querer que ninguém nos veja/toque), a surpresa pela descoberta de que ela era trans por sua genitália (narrativa de que enganamos os homens), ele demonstrando asco/nojo no contato com a genitália de Virginie/Camille; Szofia interrogando o trabalhador do hotel que havia saído com Virginie/Camille, "Ela é um homem, UM travesti"; Um dos investigadores diz que Virginie/Camille viu muitos especialistas e psiquiatras e que "era muito instável" (narrativa médico-psi da imutabilidade/desenvolvimento da identidade gênero como algo fixo); A própria narrativa da REDESIGNAÇÃO SEXUAL FEMININA como uma obrigação para uma completude da ideia de "transição de gênero" e estabilidade de Virginie/Camille; Szofia diz "Mas não resolve sua identidade 'sexual'. Virginie/Camille quer ser desejadO como mulher" (narrativa de que não somos mulher, quando somos mulher, somos uma classe inferior por não ter nascido mulher); Szofia diz "Virginie/Camille se identifica como uma mulher, mas os homens a rejeitam. E não pode suportá-lo, por isso os assassina" (narrativa de que somos sempre violentas, mas nunca violentadas); Um outro investigador quando cobrado sobre a atual aparência de Virginie/Camille diz "Converter um homem em mulher com hormônios e cirurgias faciais. O software não tem bisturi" (narrativa de que por mais femininas que sejamos, seguimos sendo homens). E ainda tem os elementos descritivos do assassino dispersos durante toda a série: força física, altura, voz, etc. de um homem, que encaixam PERFEITAMENTE, sem qualquer questionamento, quando descobrimos que se trata de uma mulher trans, tão óbvio, e tão transfóbico. E a cereja do bolo, Jeanne é uma mulher cis que matava homens por serem violentos, abusadores, pedófilos, incestuosos, por que razão construir, desde o início, uma teoria de que é um imitador e não uma imitadora, se são homens que estão sendo mortos? Transfobia ontológica? Plot twist transfóbico? Roteiro transfóbico por excelência? Apropriação da identidade trans como elemento narrativo surpresa? E já ia me esquecendo do famigerado TRANSFAKE, já que Virginie/Camille é interpretada por uma mulher cis, não prestou nem para ser representativa, nem representatividade teve.
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Penso que, o pessoal abaixo que tanto fala se tratar de uma adaptação de roteiro fraco, frágil, rápido, etc. Não faria metade, não conseguiria colocar um terço de informação necessária ao entendimento do filme. Não achem que é a coisa mais fácil trazer um jogo para as telonas! E lembrem-se, é uma adaptação, foi bem fiel até (80%), comparado a outras adaptações temos que glorificar de pé, a julgar por Resident Evil. O maior erro foi não dar créditos garrafais nos pôsteres, trailer... a Cotillard. Ela é maior que Fassbender.
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Qualquer imagem e semelhança as igrejas neopentecostais brasileiras é balela. Edir Macedo, Silas Malafaia, Valdemiro Santiago corre aqui!