Thyago Moreschi

O filme não consegue ter nem uma unidade, uma identidade narrativa porque começa meio que documental contando coisas sobre o apresentador que o público precisa saber, depois sem mais nem menos corta pro programa do início ao fim. Achavam que era importante o público saber das informações iniciais mas não encontraram um jeito melhor pra fazer isso. Resultado final: um filme sem sentido que não conversa consigo mesmo, uma hora é uma linguagem, outra hora é outra e é isso aí. Porquê? Não sei...
Aí a certa altura o apresentador tá ouvindo a menina possuída falando de um passado negro dele (o mesmo que fizeram questão de contar pra gente no início do jeito mais preguiçoso possível) e ele tá de boa, desdenhando da veracidade e preocupado só com a audiência? Não faz sentido, se ele não contou essas coisas pra ela então ele devia presumir que é verdade, é um demônio mesmo. E se ele sabe que é verdade porque insistir em transmitir uma coisa perigosa e sobrenatural? Colocando em perigo não só os outros mas também a sim mesmo.
Depois o filme é desonesto, enganando o expectador mostrando algo que não é real pra depois desmentir, além de tudo comprovando o ponto do cético de que é possível enganar as pessoas? Mas pra quê, se eles tão mais interessados em comprovar o ponto da menina possuída? Coisa que eles fazem depois.
Não faz sentido pra mim ir tão fundo naquela cena a ponto de quebrar as regras implícitas do audiovisual pra não fazer a menor diferença pra trama.
Aí no fim só jogar umas cenas desconexas, é pra dizer que o demônio tomou conta da transmissão claro. Mas que conveniente né? Se você não tem um final mais elaborado pra quê pensar?